Trocar experiências e propor soluções para as profundas transformações urbanas e sociais que o Rio de Janeiro vive, sobretudo diante do desafio de sediar grandes eventos nos próximos anos, e enfatizar a importância da economia criativa na construção dessa nova realidade. Esse é o tema do CRio Fórum e Bienal Mundial da Criatividade, que começa na capital fluminense nesta quarta-feira (21) e segue até domingo (25), no Pier Mauá, zona portuária da cidade.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, será o anfitrião desse encontro que acontece na América Latina pela primeira vez e que terá como tema Redesign e Transformação Urbana. Entre os convidados para a cerimônia de abertura estão a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o representante da Rede de Distritos de Criatividade (DC Network), Pascal Cools, e o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. A instituição também é uma dos patrocinadoras do evento.
O DC Network reúne 12 regiões de referência mundial – o Rio de Janeiro passou a integrar o grupo em 2010. Participam dessa edição carioca oito delegações – Flandres (Bélgica), Catalunha (Espanha), Oklahoma (EUA), Baden-Wurttemberg (Alemanha), Dinamarca Central (Dinamarca), Tampere (Finlândia), Escócia (Reino Unido) e Lombardia (Itália).
Especialistas em revitalizações urbanas, designers, artistas plásticos, arquitetos e empreendedores culturais estão entre os palestrantes. Um exemplo é o finlandês Bryan Boyer, gerente de projetos do Helsink Design Lab e designer da Sitra, organização comprometida em disseminar projetos inteligentes sobre moradia. Quem também participa do evento é o ex-prefeito da cidade colombiana de Medellín, Sergio Fajardo, que implantou uma estratégia inclusiva de planejamento urbano no município. Outros palestrantes são o artista plástico Vik Muniz, o publicitário Nizan Guanaes, o jovem René Silva, editor do jornal Voz da Comunidade (do Complexo do Alemão, comunidade do Rio de Janeiro pacificada), e o coordenador do projeto social carioca Crescer e Viver, Junior Perim, que tem o circo como força motriz da iniciativa.
Segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a economia criativa causa um profundo impacto no Produto Interno Bruto (PIB) dos países desenvolvidos. A exportação de bens e serviços desse segmento passou de US$ 267 bilhões, em 2002, para US$ 592 bilhões, em 2008, segundo dados coletados no período.
No Brasil, um diagnóstico de 2010 da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que os empreendimentos criativos representavam 34,20% do total, respondendo por 73,23% da mão de obra. No Rio de Janeiro, a Firjan estima que a economia criativa responda por 4% do PIB estadual. Os negócios desse setor correspondem a 40,29% de todas as empresas cariocas e envolvem cerca de 59,11% dos trabalhadores fluminenses. Entre as chamadas indústrias criativas estão empreendimentos de diversas áreas, como audiovisual, publicações e mídia impressa, moda, arquitetura, design, música, desenvolvimento de softwares e espaços culturais (bibliotecas e museus).
Regina Mamede
Da Agência Sebrae