Política

#Cop23: dinheiro, ações e protagonismo para salvar a Terra

A União Europeia aproveita o palco da #Cop23, que ocorre até o dia 17 deste mês em Bonn, na Alemanha, e anuncia a disposição de disputar com a China o protagonismo na luta contra as mudanças climáticas.

A liderança ficou vaga no início de 2017 depois que os Estados Unidos decidiram abandonar o Acordo de Paris, assinado por 197 países em 2015 e ratificado até agora por 178.

O presidente da União Europeia, Jean-Claude Juncker, destacou hoje no parlamento a intenção e o desejo de que a Europa assuma, já este ano, a liderança na luta contra o aquecimento global.

“No ano passado, estabelecemos as regras do jogo à escala mundial com o Acordo de Paris, ratificado aqui mesmo, neste hemiciclo”, disse Juncker.

“Perante a falta de ambição demonstrada pelos EUA, cabe à Europa restabelecer a grandeza do nosso planeta, que constitui património comum de toda a humanidade”, completou

É preciso dinheiro para implementar o acordo

Empenhada em assumir uma posição de comando, a UE reforça o interesse em perseguir o objetivo dos signatários do acordo de arrecadar cem bilhões de dólares por ano até 2020 para financiar as ações de combate e de mitigação das mudanças climáticas.

Os recursos viriam de várias fontes, como governos, sociedade civil e empresas, em especial do setor financeiro.

O Grupo HSBC, sediado em Londres, é uma das primeiras instituições do setor a anunciar uma contribuição significativa para esse esforço.

A gigante financeira vai disponibilizar 100 bilhões de dólares até 2025 para alavancar financiamentos e investimentos sustentáveis.

O banco também anunciou o objetivo de consumir apenas energia de fontes renováveis até 2030, com uma meta intermediária 90% até 2025.

“O compromisso de 100 bilhões de dólares que estamos anunciando hoje é uma forma de reconhecer a escala do desafio em fazer uma transição para um futuro de baixo carbono, disse Stuart Gulliver, chefe executivo do Grupo HSBC.

“Estamos empenhados em ser um dos principais parceiros globais para os setores público e privado durante essa transição “, concluiu.

O financiamento para combater as mudanças climáticas e o aquecimento global é um dos principais temas da #Cop23 e um dos pontos de discórdia entre países ricos e pobres.

Terra continua a atingir temperaturas extremas

Hoje, o presidente da conferência, o primeiro ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, abriu as negociações sobre o assunto durante a sessão plenária em Bonn.

Na agenda, também estavam outros pontos práticos importantes, como o calendário de implantação do Acordo de Paris e as ações que os diversos grupos de países espalhados ao redor do mundo devem assumir para que o planeta chegue ao final do século com um aumento de temperatura abaixo dos 2o centígrados e o mais próximo possível de 1.5o.

Enquanto os delegados discutem na Alemanha, a Terra fica cada vez mais quente.

Dados da Organização Mundial Meteorologia mostram que 2017 deve ser um dos três anos mais quentes da história, consequentemente com catástrofes provocadas por furações, ondas de calor debilitantes e secas – os incêndios em Portugal e Brasil e os furacões no Caribe seriam os exemplos mais recentes.

A temperatura da Terra entre janeiro a setembro de 2017 foi 1.1o C acima da era pré-industrial.

Por conta do fenômeno El Niño, 2016 deve ser o ano mais quente já registrado, seguidos de 2017 e 2015.

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