Há algumas semanas eu conheci uma organização que tem um trabalho de empreendedorismo social.
É a Junior Achievement, entidade que surgiu há 94 anos nos Estados Unidos, está em 123 países, chegou ao Brasil há três décadas e há dez anos faz trabalhos em Pernambuco, geralmente com estudantes de escolas públicas.
O trabalho é o seguinte: a organização escolhe os participantes, que vão se dividir em grupos de 20 a 30 alunos.
Cada grupo recebe a missão de criar uma empresa, que vai funcionar como uma empresa de verdade.
São escolhidos diretores, o que vai ser produzido ou o serviço que vai ser prestado e quanto em dinheiro será necessário para começar o negócio.
Depois, os participantes vendem ações para conseguir o capital inicial e cada ação pode custar um, dois ou três reais.
No final do programa, as empresas fazem o balanço e doam para instituições de caridade a quantidade equivalente aos impostos e obrigações sociais, como o INSS de quem trabalhou.
Já o lucro é devolvido a quem comprou as ações da empresa, lá no começo do processo, e, dependendo do lucro da empresa, esses acionistas podem ganhar 10, 20 ou 30 reais por ação.
É um trabalho de educação para o mundo dos negócios, tanto que alguns alunos de fato montaram empresas depois dessa experiência.
Todo o processo é acompanhado por orientadores voluntários, que são funcionários de empresas parceiras.
Mas o que me deixou impressionado e com esperança é que boa parte dos participantes querem montar negócios sustentáveis, usando produtos recicláveis, como placas de computador velho para fazer chaveiros e caixas de leite para transformar em bolsas e carteiras.
Por Antônio Martins Neto
Editor do Blog Mundo Possível
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