Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a japonesa Toshiba tem numa simples alface seu mais novo produto de ponta.
A hortaliça high-tech é produzida sem a necessidade de luz natural e de solo em estufas livres de germes e bactérias instaladas numa antiga fábrica da companhia, na cidade de Yokosuka, no Japão.
O ambiente conta com luz artificial, além de temperatura e umidade controladas.
Já as vitaminas e os nutrientes que viriam naturalmente do solo são injetados diretamente na raíz da alface.
Toda a manipulação e a supervisão são feitas por técnicos cobertos dos pés à cabeça para evitar a contaminação do ar.
A hortaliça “orgânica”, livre de pesticidas, bactérias, fungos e insetos, é embalada em sacos hermeticamente fechados que garantem ao produto uma validade superior a da alface convencional cultivada com agrotóxico.
As metas da Toshiba envolvem qualidade e quantidade: produzir três milhões de sacos por ano do que a empresa espera ser a melhor alface do mundo.
Cada saco custa em média o equivalente a R$ 4,00.
Diante do alto investimento e do baixo retorno estimado com a venda de alfaces, há de se concluir que o negócio da Toshiba, fundada em 1938, definitivamente não é a produção de alimentos.
A empresa está de olho no mercado da tecnologia que está por trás dessa produção, em especial das inovações que garantem o cultivo de alimentos em condições adversas.
O objetivo da Toshiba, portanto, é vender tecnologia e equipamentos.
A alface é só a isca.
Antônio Martins Neto
Editor do Blog Mundo Possível