Tecnologia

Etanol do bagaço da cana abastece carros da Rio+20

Os participantes da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, estão sendo transportados pelo Rio de Janeiro por automóveis abastecidos com etanol produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Trata-se do etanol de segunda geração (2G) produzido em escala de demonstração pela Petrobras Biocombustível, braço da Petrobras que cuida da pesquisa e da produção de energias renováveis.

Até o encerramento da Rio+20, no dia 22 deste mês, as 40 mini vans utilizadas na conferência vão ser abastecidas com 40 mil litros do etanol E2G, metade da quantidade produzida no projeto piloto desenvolvido pela empresa, resultado de pesquisas realizadas desde 2004 pelo Centro de Pesquisa da Petrobras. Foram investidos 70 milhões de reais na produção de 80 mil litros.

“É o amadurecimento de uma tecnologia que transforma resíduo, o bagaço da cana, em etanol”, disse o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto. O uso da tecnologia desenvolvida pela empresa permite aumentar em até 40% a produção de etanol, sem a necessidade de novas áreas plantadas. “É possível aumentar a produção, por exemplo, de oito mil para onze mil litros por hectare, livrando terra para outras culturas”, explica Rossetto.

Segundo o executivo, a meta é lançar o etanol de bagaço de cana em escala comercial em 2015. Os engenheiros da empresa têm como referência uma produção inicial de 100 milhões de litros, contra uma produção atual de 24 bilhões de litros por ano do etanol 1G, a partir da cana-de-açúcar.

O investimento para a implantação da tecnologia para a produção da segunda geração de etanol é estimado em 150 milhões de dólares. A idéia é usar a estrutura de alguma usina que já produz o álcool combustível hoje. “Estamos em fase de definição, mas com certeza a produção será hospedada em uma usina de primeira geração”, disse Rossetto.

Por Antônio Martins Neto

Editor do Blog Mundo Possível

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