A coluna em vídeo do Blog Mundo Possível desta semana mostra a história de Silvanete e Valmar, proprietários de um pequeno sítio localizado no semi-árido nordestino e que tem se mantido produtivo mesmo nos períodos de seca.
O sítio do casal fica na Serra do Araripe, no município de Exu, quase na divisa de Pernambuco com o Ceará, e lá eles praticam a agroecologia, um modelo de agricultura orgânica que preserva a vegetação nativa e utiliza de forma racional os recursos naturais.
Além das culturas tradicionais, como milho e feijão, o casal cria abelhas para extração do mel e cultiva espécies próprias do sertão.
Uma delas é a murta, planta oriunda do sudoeste da Europa e do Norte da África mas que se deu bem no sertão nordestino por conta das altas temperaturas e do verão seco.
Silvanete faz geleias e licores com as bagas da murta – o licor de murta é tradicional na região da Sardenha, na Itália, considerado digestivo pelos italianos.
A agricultora de Exu não sabe dessa tradição italiana, mas para onde vai leva os licores e as geléias de murta e de outras espécies cultivadas no sertão.
Quando não está trabalhando no sítio, ela roda o Nordeste participando de feiras de agricultura familiar para divulgar os produtos e dar escoamento ao estoque.
Por enquanto, a produção é caseira, mas a família está construindo uma unidade de beneficiamento para aumentar a escala.
Mesmo com a seca, não falta água na propriedade de Silvanete e Valmar.
O casal tem duas cisternas para armazenar água da chuva: uma para uso doméstico e outra para ajudar na produção.
Uma terceira cisterna está sendo construída com financiamento do Banco do Nordeste do Brasil e Governo Federal.
Outra estratégia para permanecer produtivo em tempos de seca é manter um banco de sementes.
Dessa forma, eles podem plantar tão logo chegue a época de cultivo sem depender das doações governamentais.
Veja abaixo o vídeo com a coluna desta semana.
Por Antônio Martins Neto (fotos e texto)
Editor do Blog Mundo Possível