Meio Ambiente

Ilhas de Cabo Verde e Portugal são novas reservas de biosfera da UNESCO

© Unesco/Pedro Menezes. Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, Portugal.

Por Antonio Martins Neto

Os monumentos históricos de Lisboa, as praias do Algarve e os vinhedos do Douro podem estar na lista de prioridade de quem visita Portugal pela primeira vez, mas o número de atrações que esse pequeno país oferece parece mesmo apontar para o infinito. Não cabe numa única viagem, nem nas terras do velho continente europeu.

Portugal é também um país insular, com dois belos arquipélagos a brilhar no meio do Oceano Atlântico: o da Madeira e o dos Açores. No total, são 16 ilhas que hoje compõem um dos principais ativos do país para se transformar em respeitado destino sustentável, qualidade vista como decisiva para o futuro do turismo.

A ilha do Porto Santo, segunda maior do arquipélago da Madeira, com 42,5 quilômetros quadrados, está entre as que reúnem os melhores atributos: combina áreas terrestres e marinhas com variedades de répteis e mamíferos, a foca monge do Mediterrâneo, considerada a mais rara do mundo, e a tartaruga marinha cabeçuda.

© Unesco/Pedro Menezes. A biodiversidade marinha ainda não foi totalmente catalogada em Porto Santo.

A ilha é uma das 25 novas localidades que integram a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a UNESCO, plataforma de 714 reservas, de 129 países, que trabalha para promover o desenvolvimento sustentável a partir da integração das pessoas e da natureza.

O título de reserva é um reconhecimento pela proteção do meio ambiente, mas traz sobretudo o desafio de conciliar a atividade humana com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, que em Porto Santo sequer foi totalmente catalogada. E isso em meio a uma intensa atividade turística, o principal setor económico da ilha. A população de quase 6 mil habitantes chega a quadruplicar durante a alta temporada.

Mas a hora da transformação é agora, segundo a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. Para ela, o mundo pós-pandemia não será mais o mesmo e por isso é preciso um novo futuro para a biodiversidade, analisando a relação com a natureza, com os outros e com a Terra. 

AS ILHAS DE CABO VERDE

© UNESCO/Reserva da Biosfera do Fogo. O vulcão da ilha do Fogo entrou em erupção pela última vez entre novembro de 2014 e fevereiro de 2015.

Também são de origem portuguesa e localizadas no Oceano Atlântico outras duas novos integrantes da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO: as ilhas do Fogo e do Maio, no arquipélago de Cabo Verde.

No Fogo, pássaros e répteis estão entre as espécies nativas. A ilha tem mais de 37 mil habitantes, que vivem do cultivo de frutas, café, vegetais e vinhedos.

O nome vem do vulcão, cujo cone principal teve a última erupção em 1675, causando emigração em massa da ilha. Mas há outro cone, menor, que expeliu larva durante 77 dias entre novembro de 2014 e fevereiro de 2015 e destruiu duas povoações, terras agrícolas e várias infra-estruturas, deixando desalojadas cerca de mil pessoas.

Já na Reserva da Biosfera do Maio os destaques são as tartarugas e os cetáceos, bem como os peixes, as aves e os répteis marinhos. Muitas das espécies são exclusivas da ilha.

Com 7 mil habitantes, que vivem da produção de milho, feijão, melão e sal, a Ilha do Maio é uma das mais áridas de Cabo Verde, mas atrai muitos visitantes pelas belas praias, festas, feiras de artesanato, festas típicas e pelo património histórico.

© Unesco/Maio Biosphere Reserve. A ilha atrai cada vez mais turistas pelas belas praias e pelo patrimônio histórico e cultural.

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