Jeffrey e Meika Hollende são pai e filha e se uniram para investir na indústria do sexo.
Do sexo seguro e sustentável.
A dupla lançou este ano a Sustain, primeira marca de preservativos ecologicamente correta dos Estados Unidos.
A camisinha sustentavel da empresa, de fato familiar, segue regras rígidas – da extração do látex à prateleira da farmácia – com o objetivo de levar os cuidados com as pegadas ambientais, econômicas e sociais para a mais íntima das relações humanas.
Segundo os empresários, a matéria-prima da Sustain é extraída de três seringais cultivados de forma orgânica em Kerala, no sul da Índia, por cooperativas que reúnem 180 trabalhadores, sem trabalho escravo nem infantil, comum em seringais mundo afora, inclusive no Brasil.
As plantações têm o certificado internacional do Forest Stewardship Council (FSC), que atesta a saúde do solo e da biodversidade de uma floresta e também das pessoas que nela trabalham.
Além disso, a companhia garante praticar o comércio justo e fornecer educação e assistência à saúde a todos os integrantes da comunidade.
Câncer e Saúde da Mulher
Os preservativos da Sustain são livres de Nitrosamina, uma substância cancerígena, presente nas principais marcas de camisinha – um estudo recente constatou que das 10 mais vendidas nos EUA apenas duas não contêm a substância, entre elas a fabricada por Jeffrey e Meika Hollende.
E as estratégias sustentáveis da Sustain vão além: a empresa destina 10% do lucro para apoiar atividades que promovam a saúde reprodutiva da mulher.
O público feminino, em especial as jovens mulheres, é o foco da companhia, que tem como meta tornar mais confortavel a experiência de comprar preservativos, com embalagens discretas e mensagens menos sexistas, embora 40% das camisinhas sejam compradas por mulheres.
“Elas odeiam o momento da compra. Acham desconfortável, da embalagem que só fala para os homens, ao display com luzes fluorescentes nas farmácias, sem falar no rapaz com ar de riso atrás do balcão”, dizem Meika Hollende no site Medical Daily.
“Nós queremos educar e ajudar as pessoas a ligar os pontos entre o preservativo e a fome, a saúde, a pobreza e as mudanças climáticas”, afirmam pai e filha no site da empresa.
“Nós esperamos inspirar as pessoas a fazerem do mundo um lugar melhor”, completam.
Por Antônio Martins Neto
Editor do Blog Mundo Possível
Foto de Jeffrey e Meika Hollende: Jared Soule (publicada no Medical Daily)