Uma casa de 130 anos, encravada na Serra de Guaramiranga, a 120 km de Fortaleza, no Ceará, é sede de um ambicioso projeto de atividades produtivas consorciadas. Fruto da perseverança da nutricionista paulista Michaela Demétrio e do marido, o cearense Plauto Demétrio, o Sítio Rio Negro iniciou suas ações como referência no cultivo de flores na região.
O projeto teve início quando Michaela, recém-chegada de São Paulo e decidida a investir na atividade, começou a buscar informações sobre o assunto. Ela chegou a visitar Holambra (SP), conhecida como Cidade das Flores, para conhecer mais sobre cultivo e produção. De volta ao Ceará, procurou o Sebrae no estado para mapear os possíveis fornecedores de mudas de antúrio. Em um ano e meio, as duas mil mudas plantadas já estavam prontas para o mercado. Foi quando a empresária descobriu a maior dificuldade da floricultura no Ceará: encontrar vazão para a produção.
“Na verdade, o cearense não tem a cultura de comprar rosas e flores e, muitas vezes, nem sabe a diferença entre elas,” explica. Para mudar essa mentalidade, Michaela juntou-se a outros produtores da Serra, que cultivam plantas ornamentais e tropicais, além de gypsophila e orquídeas. Assim começou a Guará Flora.
A produção dos associados ocupa uma área de 25 mil m², empregando diretamente 11 pessoas. “O nosso objetivo maior, além de conhecer mais sobre a atividade, é educar o consumidor e mostrar que esse tipo de cultura é viável”, reforça. Para tanto, ganharam espaço iniciativas como a venda de flores nos supermercados. Do Sebrae, os floricultores têm recebido apoio técnico, com a vinda de consultores do Sul do país.
Mas, o cultivo de antúrios é apenas uma das atividades do Sítio Rio Negro. A propriedade investe também na plantação de frutas cítricas e criação de gado leiteiro. Com a consultoria do Sebrae, por meio do Sebraetec, o sítio está produzindo queijo coalho, minas frescal, ricota cremosa, doce de leite e iogurte natural, tudo sem aditivos químicos.
No local, o gado tem alimentação balanceada, a água da propriedade é filtrada e todas as dependências são cuidadosamente limpas, diariamente. Referência como propriedade ecologicamente correta, além de apostar na sustentabilidade, reciclagem e reaproveitamento, o sítio tem projeto para instalação de energia eólica e solar. “Fazemos tudo isso em respeito às pessoas e para mostrar que é possível produzir em harmonia com a natureza”, resume.
Por Ana Lúcia Machado
Da Agência Sebrae
Veja abaixo vídeo com o rebanho leiteiro do Sítio Rio Negro